A FÁBRICA DE CARTUCHOS DO REALENGO – 1898-1977.
A Fábrica de Cartuchos do Realengo foi uma instalação militar cujo objetivo era produzir, no Brasil, a pólvora sem fumaça e o cartuchame destinados aos Fuzis alemães Mauser 7 mm.
Em 1894, foi nomeada uma Comissão para adquirir na Europa o armamento e o maquinário necessários à instalação da Fábrica. A construção iniciada em meados de 1896 - em um terreno no Realengo totalizando uma área de mais de 147 mil metros quadrados (22 mil de área edificada) - foi finalizada em 8 de abril de 1898, com a inauguração solene da Fábrica pelo primeiro Diretor, Coronel Modestino Augusto de Assis Martins.
Entre 1908, após a compra, na Alemanha, de mais de 400 mil Fuzis Mauser (modelo 1898) e a Segunda Guerra Mundial, o Estabelecimento Fabril passou por extensas remodelações e ampliações, tornando-se parte de um conjunto de indústrias de defesa que, desde o século XIX, pugnavam pela autossuficiência de material de emprego militar no Brasil, assegurando, segundo o Ministro da Guerra “a independência absoluta dos recursos materiais estrangeiros, sem a qual não haverá defesa nacional”, atingindo o zênite de produção, no ano de 1944, quando de suas forjas saíram, para o esforço de guerra do Brasil, mais de 44 milhões de cartuchos de 7 mm.
Nas décadas de 1960 e 70, após a adoção de novo armamento individual, a Fábrica entrou em declínio. Em 31 de maio de 1977, como lembrou o último Diretor, os últimos silvos, conhecidos da população desta Freguesia do Real Engenho, desde 1898, selaram a extinção da Unidade fabril e suas instalações e equipamentos incorporados pelas Indústrias de Material Bélico do Brasil (IMBEL). Por fim, parte dos acervos fotográfico, como os álbuns do Fotógrafo Marc Ferrez (da construção da Fábrica e reproduzidos nesta matéria), cartográfico e documental foram recolhidos ao Arquivo Histórico do Exército. .
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